Macroglobulinemia de Waldenström (MW)

Macroglobulinemia de Waldenström (MW)

Com o stress do dia a dia é normal sentir-se cansado, mas uma boa noite de sono costuma ser suficiente para recuperar. Agora imagine o que é dormir o suficiente, mas estar sempre cansado e com sono. Esta é a realidade das pessoas com Macroglobulinemia de Waldenström (MW). Cansaço extremo e sonolência constante são sintomas comuns.1

Compreender a Macroglobulinemia de Waldenström e as suas opções de tratamento pode ajudar a viver com a doença.

O que é Macroglobulinemia de Waldenström (MW)?

A Macroglobulinemia de Waldenström (MW) é um tipo de cancro raro que afeta os glóbulos brancos. Também é conhecido por ser uma forma de progressão lenta de Linfoma Não-Hodgkin,2 um termo usado para diferentes tipos de cancro do sangue.3

Na Macroglobulinemia de Waldenström, o problema está nos linfócitos B, um tipo de glóbulo branco que se desenvolve na medula óssea e que produz anticorpos essenciais ao funcionamento do sistema imunitário.4 Quando se tem Macroglobulinemia de Waldenström, a medula óssea produz glóbulos brancos disfuncionais, que acabam por eliminar células saudáveis, como glóbulos vermelhos, brancos e plaquetas.5 Tal aumenta a suscetibilidade a novas infeções. Por outro lado, estas células defeituosas produzem em demasia uma proteína chamada imunoglobina M (IgM), um anticorpo que ajuda a combater infeções e doenças.6Quando há excesso de produção de IgM, o sangue coagula em demasia,2 obstruindo a circulação e dificultando o funcionamento adequado de órgãos e tecidos.6

Macroglobulinemia de Waldenström (MW): sintomas

As pessoas com Macroglobulinemia de Waldenström nem sempre apresentam sintomas. Por isso, não é incomum que esta patologia rara seja detetada durante uma análise de sangue de rotina.2

No entanto, existem alguns sinais que podem apontar para um quadro de Macroglobulinemia de Waldenström, mas que também podem ser facilmente confundidos com outras condições, dificultando assim a deteção precoce da doença. O sintoma mais comum é a anemia, devido à falta de glóbulos vermelhos ou ao espessamento do sangue.7 Falta de ar, perda repentina de peso, suores noturnos e febres recorrentes6 também podem ser indicadores de Macroglobulinemia de Waldenström.

Se houver uma grande quantidade da proteína IgM na corrente sanguínea, esta pode diminuir o fluxo sanguíneo, dando origem a hiperviscosidade, que pode resultar em hemorragias nasais, problemas de visão, tonturas, dores de cabeça e sonolência.8 A proteína IgM também pode afetar os pequenos nervos das mãos e pés, criando a sensação de alfinetadas nas extremidades do corpo.8

É importante consultar o seu médico se sentir alguns destes sintomas, pois também podem ser sugestivos de outros subtipos de Linfoma Não-Hodgkin ou outros problemas de saúde.6

Além de um exame físico completo, o seu médico pode pedir outros exames complementares de diagnóstico com base no seu estado geral de saúde, sintomas e resultados de exames médicos anteriores:9

  • Análises sanguíneas: Para medir o nível das proteínas IgM, glóbulos vermelhos e brancos, e plaquetas no sangue.10
  • Biópsia da medula óssea ou outras biópsias: Uma biópsia da medula óssea pode detetar células B disfuncionais, enquanto outras biópsias permitem analisar outros tecidos ao pormenor.10
  • Tomografia computadorizada ou ressonância magnética: Usada para determinar o tamanho do cancro e saber se algum outro órgão foi afetado.9

Qual a incidência da Macroglobulinemia de Waldenström (MW)?

A Macroglobulinemia de Waldenström (MW) é um tipo de cancro muito raro. As taxas de incidência desta doença na Europa para homens e mulheres são de 7,3 e 4,2 casos por milhão de habitantes, respetivamente.6 Em Portugal, não existem dados publicados sobre esta patologia no que respeita à sua prevalência ou incidência.

A causa da Macroglobulinemia de Waldenström ainda é desconhecida, mas são conhecidos alguns fatores genéticos que podem aumentar o risco de doença:

  • Género: mais comum em homens11
  • Envelhecimento: mais comum a partir dos 60 anos ou mais11
  • Etnia: Cos caucasianos são mais propensos a desenvolver MW11

Cuidados e tratamento para a Macroglobulinemia de Waldenström

Ao contrário de outros tipos de cancro, não existe um sistema de estadiamento padronizado para a Macroglobulinemia de Waldenström. Em vez disso, os médicos analisam diferentes fatores12 para determinar o prognóstico, incluindo:

  • Idade e estado de saúde13
  • Nível de proteínas IgM no sangue13
  • Gravidade da anemia e outros sintomas13
  • Aumento anormal dos gânglios linfáticos e/ou baço13

Em casos de Macroglobulinemia de Waldenström sem sintomas, os médicos podem aconselhá-lo a optar pelo controlo da progressão da doença – conhecida por “observar e esperar”. Esta abordagem pretende evitar eventuais efeitos secundários dos tratamentos médicos.14

Se o seu médico decidir que prosseguir para um tratamento é a forma mais adequada de abordar a doença, podem aconselhar:13

  • Plasmaferese (remoção e substituição do plasma) para aliviar os sintomas de hiperviscosidade
  • Quimioterapia
  • Terapêutica direcionada para impedir que o cancro se espalhe e comprometa células saudáveis
  • Transplante de medula óssea/células estaminais
  • Ensaios clínicos

O objetivo de qualquer tratamento médico é aumentar a qualidade de vida do doente. Por isso, é importante que siga um plano terapêutico que o deixe confortável e que esteja adaptado às suas necessidades. Não hesite em fazer perguntas ou esclarecer dúvidas junto do seu médico.


Viver com Macroglobulinemia de Waldenström (MW)

A Macroglobulinemia de Waldenström é um tipo de cancro de crescimento lento, o que permite viver com a doença durante algum tempo com relativa qualidade de vida.1

A MW limita o funcionamento do sistema imunitário, que fica ainda mais comprometido durante as fases do tratamento.1 Dessa forma, é essencial manter todos os autocuidados e minimizar ao máximo o risco de infeção. Nesse sentido, lave as mãos regularmente e evite o contacto com pessoas doentes. Também pode perguntar ao seu médico sobre possíveis vacinas que o podem ajudar a prevenir infeções e outras doenças, ou que os seus familiares mais próximos podem tomar para o protegerem a si.15 Mantenha-se hidratado, adote uma dieta saudável e, se possível, faça exercício físico. Relaxe e mantenha rotinas de sono regulares.

Por outro lado, seja honesto com os seus amigos, familiares mais próximos e com o seu médico. Fale-lhes do impacto da doença e peça ao seu médico mais informações sobre apoio psicológico ou outros serviços que o podem ajudar com questões relacionadas com a sua vida pessoal ou laboral.

Perguntas para fazer ao médico sobre Macroglobulinemia de Waldenström

A lista em baixo inclui exemplos de perguntas para o ajudar a iniciar uma conversa com o seu médico. Podem surgir outras questões relevantes com base nos seus sintomas, estadio de doença ou historial clínico que não estejam aqui listadas.

  • Quão avançada está a minha doença e o que posso esperar?
  • Quais são as minhas opções de tratamento? Quanto tempo tenho para decidir?
  • Quanto tempo durará o tratamento?
  • Quais são os possíveis efeitos secundários? Como posso geri-los?
  • Que efeitos secundários devem fazer-me procurá-lo imediatamente?
  • O que acontece se o tratamento não funcionar?
  • Como isso pode afetar o meu dia-a-dia?
  • Posso pedir uma segunda opinião?
  • Há alguns ensaios clínicos nos quais eu possa participar? São eficazes?
  • Pode sugerir-me um profissional de saúde mental no caso de me sentir assustado, deprimido ou angustiado?
  • Posso ser encaminhado para grupos de apoio aos doentes?
  • ...

Glossário

  • Assintomático: Sem sintomas.
  • Células B: Glóbulos brancos produzidos na medula óssea.
  • Hiperviscosidade: É um sintoma clínico associado à sedimentação do sangue, traduzindo-se no espessamento deste.
  • Linfoma: Cancro do sistema linfático.
  • Terapia sistémica: Recurso a medicamentos para destruir células cancerígenas.
  • Terapêutica direcionada:Tipo de terapêutica que visa destruir células cancerígenas específicas.

Associações de Doentes com informação útil:

APCL – Associação Portuguesa Contra a Leucemia

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Contacto: +351213422205

APLL – Associação Portuguesa de Leucemias e Linfomas

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+351225488000

+351914349313

ADL – Associação de Apoio aos Doentes com Leucemia e Linfoma

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